SONETOS DAS DESPEDIDA ( PARTE 7 )

O poeta, de sua torre, apenas observa

os transeuntes apressadamente indo

de um lado para outro, tão indiferentes

ao que está bem diante de seus olhos.

O olhar do poeta é carregado de dor e

de uma tristeza infinita, de modo que

as palavras jogadas no papel não podem

expressar a dimensão de seu abismo.

O poeta vive um dia de cada vez como

se fosse o seu último, uma vez que o

será a qualquer desventurado momento.

O olhar de despedida é astuto, não mostra

o que realmente vê, desejos ocultos que o

enlouquece sem que ninguém perceba.

Tiago Macedo Pena e Alberto A. Lispector.
Enviado por Tiago Macedo Pena em 20/06/2024
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