SONETOS DAS DESPEDIDA ( PARTE 7 )
O poeta, de sua torre, apenas observa
os transeuntes apressadamente indo
de um lado para outro, tão indiferentes
ao que está bem diante de seus olhos.
O olhar do poeta é carregado de dor e
de uma tristeza infinita, de modo que
as palavras jogadas no papel não podem
expressar a dimensão de seu abismo.
O poeta vive um dia de cada vez como
se fosse o seu último, uma vez que o
será a qualquer desventurado momento.
O olhar de despedida é astuto, não mostra
o que realmente vê, desejos ocultos que o
enlouquece sem que ninguém perceba.