Teus olhos
(À Sra. Stephanie Armelin)
Amo teus olhos…! Não tão só por, tão profundos,
Encerrarem em sua negra imensidão
Alguma dádiva secreta da Criação,
A fonte de vida de variegados mundos;
E não tão só por, globulosos, rotundos,
Vendo-os orbitando em minha direção,
Insuflarem-me com a estranha ambição
De mergulhar entre seus torvelinhos fundos;
Amo-os por serem teus olhos, tão somente:
Por serem teus, e querer me embeber
Desses teus langues olhares gulosamente…
Têm eles o que os meus não podem ter –
Olho-me neles e vejo, tão tristemente,
Quem pensas que sou – quem queria eu ser…!