A ESPERA INÚTIL
Abro a janela, num matiz de luz,
aspiro a noite mal iluminada.
A brisa murmurante me seduz.
Parece uma carícia delicada.
Em tudo se descreve, se traduz,
a grande solidão da madrugada.
As árvores de finos ramos nus.
As folhas deslizando na calçada.
Às vezes, uma flor ao abandono,
pedaços do luar de fim de outono,
são coisas ao redor, que vão e vêm,
sem distinção qualquer ou paradeiro,
enquanto, sob a luz do lampadeiro,
espero ainda aparecer alguém...