A Bailarina
Eu vi a bailarina sem vestido!
As pernas todas cheias de varizes...
Debaixo do umbigo, cicatrizes...
Se tem noutros lugares, não duvido!
No peito, uma flecha do cupido
Abriu-lhe uma chaga sem medida.
No tragus também há uma ferida,
E outra, no meato do ouvido.
Mas apesar de tudo a bailarina
Se julga a luz, que luz e ilumina
A beleza sutil da perfeição.
Defeito de nascença, ela não tem!
Defeito adquirido, ela não tem!
Até o seu espelho diz que não.