A Bailarina

Eu vi a bailarina sem vestido!

As pernas todas cheias de varizes...

Debaixo do umbigo, cicatrizes...

Se tem noutros lugares, não duvido!

 

No peito, uma flecha do cupido

Abriu-lhe uma chaga sem medida.

No tragus também há uma ferida,

E outra, no meato do ouvido.

 

Mas apesar de tudo a bailarina

Se julga a luz, que luz e ilumina

A beleza sutil da perfeição.

 

Defeito de nascença, ela não tem!

Defeito adquirido, ela não tem!

Até o seu espelho diz que não.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/06/2024
Reeditado em 24/06/2024
Código do texto: T8089502
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