ROSA 143
Nas cinzas do meu ser ressurge a dor,
Ao ver meu esforço em vão transformado,
Pelo amor que me consome, devorado,
Minha alma em chamas, queima em torpor.
O que mais posso eu fazer, então, amor,
Se tudo que tento é por ti invalidado?
Mesmo exausto, exaurido e quebrado,
Em ti não encontro meu certo favor.
Ó cruel ironia deste destino,
Que me faz sempre menos do que quero,
Perante teus olhos, frios e divinos.
Mas ainda assim, por ti desespero,
Ardendo em labaredas em meu peito fino,
Cinzas de um amor, até agora, sincero.