Os letreiros

Não te vi a andar pela cidade

Como andavas antes, por aí...

Como fosse um arisco colibri,

Flor em flor, a beijá-las à vontade.

 

Um buraco aqui e outro ali!

Uma luz apagada do letreiro

Tira o Jota do Rio de Janeiro,

E camufla o bigode de Dalí.

 

Na vitrine, o espelho transparente,

Acompanha o teu passo. E, de repente,

Um clarão incandesce e alumia.

 

Tua sombra se deita na calçada,

Sob o pranto da lua enciumada

Pelo corpo vestal da poesia.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/06/2024
Reeditado em 24/06/2024
Código do texto: T8088749
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