Os letreiros
Não te vi a andar pela cidade
Como andavas antes, por aí...
Como fosse um arisco colibri,
Flor em flor, a beijá-las à vontade.
Um buraco aqui e outro ali!
Uma luz apagada do letreiro
Tira o Jota do Rio de Janeiro,
E camufla o bigode de Dalí.
Na vitrine, o espelho transparente,
Acompanha o teu passo. E, de repente,
Um clarão incandesce e alumia.
Tua sombra se deita na calçada,
Sob o pranto da lua enciumada
Pelo corpo vestal da poesia.