Nem João, nem Maria
Eu, que era o malvado, sou bonzinho!
Eu, que era do roque, sou do verso!
Eu, que era bonzinho, sou perverso!
Eu, que era um mundano, sou sozinho!
Eu, que era o vassalo, sou o rei.
Eu, que era o cavalo, sou caubói!
Eu, que era o bandido, sou herói!
Eu, que era alemão, sou português.
Eu, que não sou Maria nem João,
Espero que alguém me dê a mão,
E que faça de mim seu Alerquim.
Que deixe a poesia tomar conta
E me encontre no mundo-Faz-de-conta,
Pra ver o que a vida fez de mim.