Nem João, nem Maria

Eu, que era o malvado, sou bonzinho!

Eu, que era do roque, sou do verso!

Eu, que era bonzinho, sou perverso!

Eu, que era um mundano, sou sozinho!

 

Eu, que era o vassalo, sou o rei.

Eu, que era o cavalo, sou caubói!

Eu, que era o bandido, sou herói!

Eu, que era alemão, sou português.

 

Eu, que não sou Maria nem João,

Espero que alguém me dê a mão,

E que faça de mim seu Alerquim.

 

Que deixe a poesia tomar conta

E me encontre no mundo-Faz-de-conta,

Pra ver o que a vida fez de mim.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/06/2024
Reeditado em 24/06/2024
Código do texto: T8087669
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