Tradução do Soneto 135 de William Shakespeare, por Pedro Debreix
Todos temos desejos, tu “Desejas”
De sobra, e tens “Desejo” em demasia
E mais desejo dar minh'alma almeja
Ao te ampliar além do que se amplia.
Tu, que tens o desejo muito largo,
Não quer que o meu desejo adente o teu?
Sempre foi teu desejo muito vago
Aos outros, e não pode ser ao meu?
O mar é todo d´agua e, mesmo assim,
Aceita, pela chuva, ser preenchido.
Da mesma forma, o teu “Desejo” em “Mim”
Será maior “Desejo” ao “Meu” se unido.
Não ponhas fim, portanto, aos que cortejam
Pois todos, num só gesto, te “Desejam”.