CASA PEQUENINA
A casa pequenina, remansosa,
o vago céu olhado da janela,
a natureza à volta, murmurosa,
a balançar folhagem amarela;
o rádio a um canto, a estática ruidosa,
a música a lembrar saudade bela,
a chuva no terreiro, nebulosa,
tocando os finos ramos com cautela.
E o mundo parecendo tão distante…
A sensação de paz a cada instante,
a cada dia, a cada anoitecer…
Hei de me ver ainda, bem assim,
com toda essa riqueza para mim,
ao menos, quando perto de morrer.