Ventos entre eucaliptos
O vento sopra entre eucaliptos solitários,
Colorindo nuvens de riscos ténues, serenas,
Na encosta quente, cenário dos agrários,
E no ribeirão, ergue-se o carvalho em cenas.
Na flor da cana esmagada no alambique,
Que destila o álcool no pavio que fumega,
Enegrece o verde, cobre o campo e manique,
Pelo carvão causado na queimada que cega.
Na terra vermelha, o fogo inflama em dor,
No palheiro e cigarro largado na estrada,
Faísca o facão na réstia do sol, fulgor.
O bóia-fria caminha em volta cansada,
Vislumbra o carvalho, esperança e calor,
No prelúdio da noite, a volta sonhada.
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