Soneto inglês (III)*

Fizeram da vida uma Prisão sem Muros,

Um Deserto onde vive Eternamente a Solitude,

Numas mãos estendidas ouço pregar-se o cravo duro,

Ecoa o Silêncio...onde Soluçava o Alaúde...

Ah essa Dor Cósmica que Lacera o próprio Existir!

Chagas abertas a receber sal e vinagre,

Rezar por um nunca-vindo Milagre,

Um barco preso nos recifes,sem poder Partir...

Uma cruz na qual Nicodemos não se espera,

Reduzindo ombros a frangalhos,

Fruta podre e carcomida em magros galhos,

Cujo a fome mordaz o quer e vocifera...

... Onde vivo Eternamente a Solitude,

... Onde Soluçava o Alaúde...

Oxford, 13 de Junho de 1923

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Claude Forgeron
Enviado por Claude Forgeron em 14/06/2024
Reeditado em 14/06/2024
Código do texto: T8085412
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