Vagas insônias
Passam as horas mortas da noite,
E da janela vendo o tempo passar,
Carros velozes, mendigos, casais,
Luzernas dos navios em alto-mar.
Passam cães, gatos e morcegos,
Tão logo ouço gemidos além-mar,
Meus ouvidos vezes são sôfregos,
Envoltos ao véu à noite despertar.
Passam lembranças, as saudades,
Sinto o cheiro bom do meu lugar,
Diante do escuro e perplexidades...
Eu tento tocar o vento brisa-mar,
Sentidos aflorados, intensidades,
Nas vagas insônias do teu paladar.