DE ONDE VENHO

De onde venho, amor, tudo é sombrio.

Lá eu não tinha a luz dos olhos teus...

Os dias iam se tornando em breus,

deserta, a vida estava em pleno estio.

Lá não eram azuis os sonhos meus

e a solidão era sempre um desafio...

À tarde, o sol já não banhava o rio

de luz, amor, desde o teu último adeus.

Como um soldado que da guerra volta;

um passarinho, preso, que se solta,

um peixe que venceu o anzol; a rede,

venho de lá, vencido de cansaços,

querendo descansar em teus abraços

e nos teus beijos matar fome e sede.

Claudeciano Ferreira
Enviado por Claudeciano Ferreira em 13/06/2024
Código do texto: T8085119
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