Sem carinho, sem afeto
No bar onde eu guardo minhas dores
as dores de difíceis convivências
onde tenho do garçom a paciência
de ouvir-me lhe falar de ex amores.
Quantas vezes, à muitas , em vão, dei flores,
e desprezaram, insensíveis, minha carência
só uns tragos, de mim, têm complacência
penumbra e fumaça, minhas cores.
O bar é quem me inspira poesia,
num guardanapo a dor se irradia
versada sobre as que foram e as que não vêm.
A madrugada não é melhor companheira
pois e quem me oferece a saideira
e vou pra cama, a calçada, sem ninguém.
Josérobertopalácio