COMEÇO DO FIM
COMEÇO DO FIM
Quando a noite vem de mansinho
E o dia parece incerto e distante
Quando falseia o aconchego do ninho
O amor que arrefece já foi rompante
Os anos dobram os ombros
Encurta a mente dos olhos
Vê-se no passado os escombros
Ante as portas cerradas com ferrolhos
O que mais se aproxima, iminente
Esmagando oeste, leste, sul e norte
Para alcançar o moribundo, o doente
É o inevitável desfecho da vida – a morte!
Que marcha altiva, impiedosa, inclemente
E nos ceifa com abrupto e afiado corte.