NOITE
NOITE
JB Xavier
Da morte a escura face se aproxima
A cantar, entre horrores e murmúrios
E enquanto esse cantar mais me fascina
Deslizo para a paz desses augúrios.
Que venha esse silêncio confortante
Envolver-me na triste majestade,
Pois que já me despeço desse instante
P’rá ser, talvez, somente uma saudade...
Que venha então o exílio taciturno
Tolher o sofrimento que me esgota
Por entre esse momento tão fugaz.
Que venha a noite, e nesse céu noturno
Me leve essa saudade que me embota,
E traga-me de volta a minha paz!