ROTINA

 

Ela desperta, numa paz celeste.

O amanhecer tudo clareia agora.

Abotoando a colorida veste,

observa na vidraça os tons da aurora.

 

Descerrada a janela, o sopro agreste

areja toda a casa, sem demora.

Murmura docemente o vento leste.

Há limpidez e calma, dentro e fora.

 

O entardecer parece, então, fugaz.

Balançam-se as cortinas cor lilás.

O dia passa com efeito de asa.

 

E ela suspira, cheia de leveza...

Iluminada em poesia acesa,

espera minha volta para casa.