Mal me quer
Desci da Solidão e caminhei
Nas ruas e avenidas, pelos carros.
No bolso da jaqueta, alguns cigarros
E o bom e velho isqueiro que roubei.
Chegando à praça, logo procurei
Sentar-me o mais distante de algazarras.
Queria ouvir o canto das cigarras,
Queria ali fumar, mas não fumei.
Fiquei a remexer, em atos falhos,
Confetes no caixote de retalhos,
No canto escuro e inerte da memória.
Voltei, arremessando nas calçadas
As últimas lembranças apanhadas
No chão da nossa curta trajetória.