Mal me quer

Desci da Solidão e caminhei

Nas ruas e avenidas, pelos carros.

No bolso da jaqueta, alguns cigarros

E o bom e velho isqueiro que roubei.

Chegando à praça, logo procurei

Sentar-me o mais distante de algazarras.

Queria ouvir o canto das cigarras,

Queria ali fumar, mas não fumei.

Fiquei a remexer, em atos falhos,

Confetes no caixote de retalhos,

No canto escuro e inerte da memória.

Voltei, arremessando nas calçadas

As últimas lembranças apanhadas

No chão da nossa curta trajetória.

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 10/06/2024
Código do texto: T8082671
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