HORAS CINZENTAS

 

Horas cinzentas do final do dia,

horas que pairam no mistério seu.

Que tudo à minha volta silencia

de modo que jamais se descreveu.

 

Que a tarde é vaga, estranha, quase fria,

as sombras se levantam no apogeu.

Horas que trazem sensação vazia

de tudo que se foi e se perdeu.

 

São horas derradeiras, afinal,

que o vento rumoreja sem igual,

as nuvens se desmancham no sem fim.

 

E eu, despretensioso, devagar,

retorno normalmente para o lar

onde ninguém espera mais por mim...