ROSA 113

Tenho uma musa gótica, minha madrinha

Especial, por quem sinto amor profundo

Parece pecado, meu sentimento, vinha

De um caos interno, tão intenso e fundo

Ela é como gelo, e eu, a vodka ardente

Queria tocar seu corpo, visceral e puro

Numa intenção santa, porém, indecente

Imaculada, vista por um olhar obscuro

No templo da mente, a profanação se faz

Ela é uma deusa, majestosa e fria

Por um momento, minha salvação jaz

Seu corpo gélido se mistura ao meu

Como café com leite, numa prosa vadia

E assim, estranhamente, amor nasceu.