Todas e nenhuma

Em qual espelho, amor, perdi a minha face?

Há tanto perguntei, porém nem é preciso

que réplicas me dês, que faças teu juízo,

eu mesma respondi, e esclareci o impasse.

No espelho não perdi o rosto, o olhar, o riso,

pois eu carrego em mim o laço e o desenlace,

sou todas que vivi, por mais que me amargasse

o verso que escrevi, loquaz ou mais conciso.

Mil tramas, pontos mil, encantos, desencantos,

e todas as paixões, pecados, beijos tantos,

todos os tons de azul, de rosa e de vermelho.

Todos os sonhos meus... sou todos e nenhum,

sou síntese de sóis vividos de um em um

e nunca me perdi no fundo de um espelho!

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 08/06/2024
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