"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever."
Clarice Lispector
A sina poética
Escrevo sem saber bem o porquê.
Quiçá algo em mim nasceu errado.
Meu cérebro, quem sabe, foi lesado,
No tempo que eu ainda era bebê.
Meu estro também foi danificado,
Por um curto-circuito cerebral.
De sorte que o neurônio principal,
Ainda necessita de cuidado.
Assim, eu me pergunto todo dia:
Por que será que faço poesia?
Não sei, mas imagino a resposta:
É que a poesia é endorfina,
Capaz de meditar enquanto ensina:
Essa sina, a mim, me foi imposta.