GUIRLANDA
Ela foi nesta vida o encanto breve,
o encanto que depressa se perdeu,
feito palavra que no pó se escreve,
a chama que luziu e padeceu.
Ela foi um perfume. Muito leve,
o vento o dissipou no sopro seu.
Deve ter sido apenas sonho, deve
ter sido estrela, sombra, vulto, breu.
Indago dia e noite, desde então,
às horas em insólita ciranda...
- Foi verdade esse enleio? Ou ilusão?
Restou-me a singular fotografia,
o riso igual à flor de uma guirlanda,
a ilustrar uma lápide sombria…