TÁRTARO

Como Tântalo padeço e, ora, me vejo

ao Tártaro condenado, em agonia.

Ele, por roubar dos deuses a ambrosia,

e eu, por roubar apenas o teu beijo.

Os frutos, desses que dão mais desejo,

pendiam sobre Tântalo em demasia,

E a água lhe escapava, fugidia,

e a sede o consumia nesse ensejo.

Ver-te, querida, e não poder tocar-te

é num pomar um padecer de fome

e é um perecer de sede em um oásis

ter-te ao meu lado e não poder beijar-te.

E neste Tártaro vil que me consome,

assim igual a Tântalo tu me fazes.

Claudeciano Ferreira
Enviado por Claudeciano Ferreira em 07/06/2024
Código do texto: T8080425
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