SEM ASAS
Não sei por que em teu olhar, um dia,
fui mergulhar de corpo, alma e mente...
Ah! mergulhei, mas tão profundamente
num mundo – em sonhos – que não conhecia.
E quando voltei à superfície, havia
medo... incertezas, bem a minha frente...
E o teu olhar, de mim, indiferente,
quanto mais o buscava, mais fugia.
Agora sou um pássaro que foi solto,
mas lhe cortaram as asas, e, tristonho,
contempla o céu, mas não pode voar...
Um náufrago triste em um mar revolto...
Também cortaste as asas do meu sonho,
quando negaste a mim o teu olhar.