Ter nas mãos coração alheio
Ter nas mão coração alheio,
virgem cárneo desejo surge,
E, com voraz latência, sim, urge
A aurora escarlate em teu meio.
É a alma desse universo, em ti
logrado, ao avesso-conspurcada.
Ora a panacéia incólume aplicada
soberbo engano alivia em si.
Cerne este que não esquece-
esquiva-se, em pura avença
... E, ali, permanece ao seu intento.
Há quem diga que não dura, fenece
Mesmo assim, veraz é a sentença:
o gesto é a extensão do pensamento.