O ENTARDECER DE OUTONO
Entardecer de tom misterioso
e ventos a vagar sem direção.
Voeja o cortinado murmuroso.
E reina em cada canto a solidão.
A sala tem um toque desgostoso,
as horas rodopiam, sem condão.
Há sombras de feitio tortuoso…
Aos poucos elas vêm, depois se vão.
E a tarde tremulante, acaba, morre,
enquanto tudo passa, tudo corre.
E no final comum, de mais um dia,
evoco uma lembrança, a mais bonita,
na linha brevemente manuscrita,
na nota de uma triste poesia…