SAGA DE UMA MUSA

Silva Filho

 

 

Ela instigava o meu pensamento

Nas entrelinhas dos seus versos eu estava.

O eco de suas rimas murmurava

Alguma coisa transportada pelo vento!

 

Quando lia seu poema, eu pensava...

“A inspiração da Musa faz fomento,

Como se fora um agente virulento

Que na corrente sanguínea grassava”.

 

Mas o meu estro nunca dispensou a Musa

E a vontade de abraçar ficou reclusa

À mercê de um poético destino...

 

Passou o tempo e a Musa foi embora

E vez por outra o meu verso chora...

Porque o verso, sem Musa, é qual Menino!