ROSAS 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89 E 90

ROSA 81 FALSIDADE

Em máscaras de sorriso, a vida se afasta,

De almas ocultas, em segredo profundo,

Ninguém conhece o próximo, ninguém se aposta,

Em véu de fingimento, no palco do mundo.

Atrás dos olhos frios, que o olhar engana,

Se esconde um coração, que geme em aflição,

Em cada sorriso falso, uma alma se abana,

A trama da hipocrisia, em confusão.

A verdade se oculta, em silêncio bento,

As palavras vazias, em fúnebre coro,

A máscara de papel, um véu tão cruento,

Que nos separa, em um mundo de horror,

Em cada olhar perdido, um pranto choro,

E ninguém conhece ninguém, em sua dor.

ROSA 82 AMOR E ENSINO

Oh doce amor que enche o coração de encanto

Em ti encontro a paz que sempre almejei

Meu coração em teus braços se entrega sem espanto

E na sintonia do amor, eternamente dançarei

Como o sol que ilumina o mais escuro canto

Teu amor brilha forte, meus medos afugarei

Em teus olhos encontro meu porto-santo

E juntos nesse mar de amor navegarei

Tu és a luz que guia meu caminho

A brisa suave que me acalma

Em cada gesto teu, sinto o carinho

Ah, amor, és a melodia da minha alma

Em ti encontro a plenitude, o meu destino

No eterno amor, nossa história um ensino.

ROSA 83 INGRATIDÃO

Oh, como é cansativo criar um filho,

Com dedicação e amor sem igual,

Sacrifícios que fazem o mundo desigual,

Mas depois cresce e segue seu trilho.

É duro ver que não retribui, filho,

O esforço, o suor, o pulsar do coração.

Revoltante é a ingratidão, sem razão,

Que cega seus olhos e murcha seu brilho.

Pais, inocentes, sofrem calados,

Pelos atos dos filhos sem mérito,

Privilegiados que desejam sem merecer.

Mas a vida é assim, com seus fados,

A esperança é que um dia entendam o escrito,

E vejam que o amor dos pais é o verdadeiro dever.

ROSA 84 SOCIEDADE

Na sociedade, a verdade se distancia,

Deixando os corações vazios a vagar.

Os cidadãos, em mentiras, a divagar,

E a fazem naufragar na falsa alegria.

Renegados, vivem vidas sem sentido,

Em busca de um amor que nunca existiu.

A honestidade, tão rara, foi perdida,

E a felicidade, em ilusão se construiu.

Mas mesmo assim, ainda há esperança,

De que um dia a verdade possa voltar.

E que os corações encontrem a bonança,

E a sociedade volte a se harmonizar.

Que a sinceridade seja redescoberta,

E a mentira, enfim, seja expulsa e deserta.

ROSA 85 CULTURA

Minha cultura e tradição se esvaem,

Diante do ímpeto do progresso atroz,

Apagando os caminhos sob nós,

Mas as histórias persistem, não caem.

As dores do mundo, intensas, ensejam,

Mas sabedoria brota em cada voz,

Cultura e diversidade em versos e nós,

E em cada transformação se diferenciam.

O tempo passa, implacável, não hesita,

Mas a essência perdura, inabalável,

Na ironia eterna que a história guia.

Cada nota, cada verso nos levita,

Cada acorde, um elo inquebrável,

Num gesto de amor, a cultura irradia

ROSA 86 COLISEU

Deitado no Coliseu, banhado em sangue,

Enquanto minha vista em trevas escurece,

Pela última vez, meu amor no peito floresce,

A luta pela vida agora é um perrengue.

Os gritos da multidão enfurecida por tragédia

São maiores que a vida dela ali selvagem,

Vendo nas mortes alheias sua imagem,

Dominados pelos panacéias comédia.

Enquanto isso, um flash da minha vida,

Breves recortes de amor e arrependimento,

Agora nada mais importa, só a partida.

As lutas impossíveis que ganhei, vento,

As palavras se atropelam na despedida,

Do ódio ao amor fica o lamento.

ROSA 87 SONETO DE FELICIDADE

Desde o primeiro instante em que te vi,

Apaixonado fiquei, de forma intensa,

Te enxerguei como uma deusa, uma crença,

Minha destreza falta, eu reconheci.

Sufoco pela insensatez que há em mim,

De não te revelar toda a minha essência,

Imaginar-te com outro, é displicência,

Meu amor por ti é firme, não tem fim.

Quero contigo sonhar, ser feliz, enfim,

Pois estás tão perto, mas nos confins,

A distância que separa o nosso amor.

Vem, minha musa, me enche de calor,

Deixa-me te amar com toda a intensidade,

Neste doce soneto de felicidade.

ROSA 88 RESILIÊNCIA

Os dias sem sentido, noites de tormento,

Minha alma busca um novo propósito,

Além da rotina que me causa desalento,

Quero algo mais, um amor exato e ínsito.

Um sentimento tão profundo e intenso,

Que a religião não possa me prover,

Que me faça sentir completamente imenso,

E que me faça para sempre viver.

Não quero arrependimento, mas sim emoção,

Uma paixão ardente, um amor eterno,

Que me faça sentir completa devoção.

E assim, seguindo esse caminho terno,

Quero encontrar a minha redenção,

Em um amor puro, verdadeiro e sempiterno.

ROSA 89 ÉRAMOS DOIS

Dois corpos unidos em carne e paixão,

Um sonho em comum, um amor que ardia,

Mas rumos distintos, a cada canção,

E a chama que ardia, em cinzas se fazia.

Sonhos distintos, em voos diferentes,

A cada desejo, um caminho traçado,

E a trilha do amor, em trilhos silentes,

Deixou o passado, em pó desbotado.

Agora restam, as ruínas do amor,

As lembranças frias, o eco da dor,

Do sonho quebrado, e da ilusão morta,

Sob o manto da noite, a alma atormenta.

Em cada sussurro, o vento suspira,

E o que foi vivido, a saudade arrepia.

ROSA 90 QUIMERA

São embotadas lembranças de paixão,

Quando teus olhos me fitavam com ardor,

Promessas de amor eterno em vão,

Num caminho de esquinas sem valor.

Fui iludido por tua fantasia,

Acreditando em promessas vazias,

Como peixe fisgado em tua astúcia,

Hoje vejo a verdade em cada dia.

Errei ao te imaginar tão sincera,

Poeta sonhador em louca quimera,

Agora entendo teu intento vil.

Foste apenas uma falsa esperança,

Perdão peço por minha confiança,

Adeus, amor que nunca foi gentil.