Para cada coisa sob o céu

Há tempo para tudo, diz a voz antiga

Do abraço ao afastar, do buscar ao perder

Mas o homem, na pressa, desliga

Do saber onde bater, só quer o poder

Destrói a natureza, ceifando seu próprio chão

Em busca de domínio, colhe desastres ferozes

Esquece o valor da experiência, sem noção

Martela ao acaso, não escuta as vozes

Desvaloriza o saber, rejeita o vivido

O tempo de guerra, de paz, tudo confunde

Ignora o conselho, o mestre esquecido

E na dança das horas, o eterno se afunde

Mas, Drummond nos lembra, em sua sabedoria

Que o findo, muito mais que lindo, não se esvazia

Decimar da Silveira Biagini