ROSA 78 TREVAS

Sem rima e verso, a alma em desalento,

No silêncio profundo, sem afago,

O dia se esvai, sem pensamento,

Em trevas escuras, me apago.

A musa adormecida, sem alento,

Em sono profundo, sem um trago,

O coração em pranto, sem contento,

No vazio cruel, em vinho regado.

A inspiração, a chama que me guia,

Em brasas apagadas, sem fulgor,

No mar de melancolia, a alma fria.

A vida sem poesia, qual o pior rancor

Em sombras sem luz, a alma se arrepia,

E a noite se alonga, sem o amanhecer expor.