CHUVA NOTURNA

 

Um raio estala. Os ares, ilumina.

A imensidão ressoa, cavernosa.

E rasga-se nos ventos a neblina.

Agita-se a folhagem murmurosa.

 

A chuva, de repente, desatina,

escorre nas vidraças, sinuosa...

E pingam os beirais em cada esquina.

E reina a escuridão tempestuosa.

 

E a sensação também, de antigos ais,

trazida nestas águas outonais

que caem sobre tudo, desde agora,

 

e soam de maneira que angustia...

Como se alguém tivesse, certo dia,

debaixo destas gotas, ido embora.