HOJE...
Hoje que me recolho em pensamentos,
e que nenhuma espera nada traz,
balançam cortinados sonolentos,
oscila o dia, tácito, fugaz;
que me angustiam, todos os momentos,
as horas são de pálido lilás,
e a fria solidão dos aposentos
responde ao meu lamento costumaz;
da janela, uma sombra acaricia
a tua singular fotografia,
o silêncio é constante, indagador;
hoje que tudo exprime desencanto,
é que descubro ainda em certo canto
algum bilhete tímido, de amor...