MINHA ALMA CHORA
A minha alma nas noites sem luar,
chora as dores de um ser angustiado,
qual no topo de um cerro desolado
uma árvore sozinha a murmurar;
contra o céu deprimente de se olhar,
uma estátua disforme num telhado,
ou na ponta de um galho desfolhado,
o corvo melancólico a soar.
Farfalhos em monótono alarido;
os ventos, quando arrancam um gemido
da paisagem tristíssima, sonora;
as folhas dispersando–se, erradias,
o sino lamentando às ventanias…
É minha alma nas noites, quando chora!