Algoritmo

Meu contador de amigos está quebrado

Acusa que tenho mais de mil, o coitado

Mas no pleno e escuro anil da solidão

Não resta um que me possa dizer não

Que me venha quebrar o silêncio sofredor

Que me liberte de deprimir a alma de amor

Ou grite de longe _ Cuidado com o buraco!

Não vá cair nesta rede de novo, seu fraco!

Não há ninguém real além de tela e retrato

Fantasias bêbadas de qualquer vinho barato

Dançando um faz-de-contas sem ritmo

Opa! Vejam! Um coraçãozinho que tanto espero

Deixa-me ver se há paixão ou algum esmero...

Ah, não! É só mais um acaso do algoritmo.