TEU AMOR
Sonhei-te, amor, sonhei-te nesta vida,
um sonho que perdeu-se, ao léu, sem dono,
que, súbito, veio numa estação florida
e foi-se como uma folha no outono...
Ainda trago a minh’ alma dorida,
deserto o peito e o olhar sem sono...
Ah! Quanto mais eu te sonho nesta vida,
mais e mais meu viver aprisiono.
Teu amor é-me um rio onde navega
o meu coração, cuja força carrega
meu ser e o impele pr’um mar de tristezas.
Ah! mas... ó rio, impetuoso, deixe
estar que, um dia, livre como um peixe
nadarei contra as tuas correntezas...