SANGRANDO

Fiz-me poeta, um dia, pra entender

a alma do poeta, incompreendida...

Quis eu saber o que ele tem na vida

que o faz mais que os outros padecer.

Então poeta, passei a compreender

que quando este nasce, uma ferida

traz, incurável, no peito esculpida

que nunca sara ou para de doer.

Algumas vezes acha um lenitivo

que torna a dor em si menos sentida,

mas se acaso encontra alguma cura

pensa que a dor é o que o mantém vivo,

põe, pois, vinagre em cima da ferida

que abre e sangra e nunca mais sutura.

Claudeciano Ferreira
Enviado por Claudeciano Ferreira em 26/05/2024
Código do texto: T8072087
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