Os estilhaços cortam o meu estômago
“A angústia sempre te acompanhará”
Sinto-a como se fizesse sentido
Andar por aí meio assim combalido
Um cético, entregue ao “Deus dará”
Mas claro que sempre amanhecerá
O meu pensar de ontem ainda remoído
Asas fúnebres de um anjo decaído
E quem não viveu, ainda viverá?
Os estilhaços cortam o meu estômago
Pequenas cicatrizes no meu âmago
Se acumulam até não poder mais
O incômodo se mistura à rotina
Não tenho sorte mas somente a sina
E de repente agora tanto faz