SONETO À COBRA

É por medo do efeito da Medusa

Que a fé do peregrino se redobra

Onde o veneno atiça a boca escusa

Antes do bote estúpido de cobra

Enquanto na peçonha se lambuza

Quem faz do uso da língua sua manobra

Por pura falsidade tão difusa

Na falácia de si sem qualquer obra

No mal que toda víbora projeta

Com um olhar que traz o ódio de naja

Estampado da forma mais abjeta

Como uma Hidra que várias faces traja

A serpente que a pior mácula injeta

Quando no fel das críticas se engaja