FICÇÕES (série: uma soneto para um livro)
A vida é uma bifurcação sem placa
Que culmina em outra bifurcação,
Pra cada uma das veredas de opção
Há, então, uma duplicata enigmática.
Seria um labirinto-espelho a ficção?
Qual alma sairia dele ilesa, intacta?
Em cada livro, uma nova via-láctea,
É a véspera de alguma outra criação.
Já previa, leitor, este teu assombro
O autor anônimo do teu destino
(Não há ordem possível nestes escombros)
Está enciclopédia que teu intestino
Apunhala com verbetes uníssonos
Feita é de polissêmicos desatinos.