O CHÁ

Meu pai e minha mãe, pontualmente,

sempre acordavam pela madrugada,

para varrer da nossa casa a frente

quando se ouvia, ao longe, a passarada.

E eu, então, acordava, de repente,

com o converseiro deles… com a zoada

do varrido (um chiado estridente),

E, sonolento, eu saía à calçada.

Depois, para esquentar o frio seus,

levava-lhes um chá, quentinho e doce…

E, então, sorriam, porque o chá lhes trouxe.

Mas pai já não quer chá... Mora com Deus…

Mãe se esquecendo de si e dos seus...

E o chá nas xícaras, há muito, esfriou-se.

Claudeciano Ferreira
Enviado por Claudeciano Ferreira em 25/05/2024
Reeditado em 25/05/2024
Código do texto: T8071151
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