MANHÃS DE OUTRORA
Coisas banais já foram o meu tesouro
e tudo tinha um tom de eternidade,
quando o sol era bem mais duradouro
e quando a vida era luz e claridade.
As manhãs, lá, chegavam mansamente
e ficavam sem pressas de ir embora,
não eram como as manhãs, essas de agora,
que chegam e se vão rapidamente.
Eu sei que o tempo não mudou, apenas
circunstâncias da vida é que mudaram
e eu me deixei levar por esse trilho.
A vida, o vil metal, coisas terrenas,
dos caminhos do sol me desviaram
e o encanto das manhãs perdera o brilho.