ABSTRAÇÃO
Manhã de sábado, vinte e um de maio
de Vinte e dois. Às sete e vinte e nove…
No horizonte nem sequer um raio
de sol desponta.. Meu Deus, como chove!
No rádio, uma canção dizendo Love…
Pensando em ti, do mundo me abstraio,
numa lembrança que me dói… comove...
Está tão frio… Do quarto não saio.
Por um instante, volto a mim… Esqueço…
O pensamento se esvai... me aqueço...
E fico olhando a chuva que não passa.
E por despeito, a chuva, ou de pirraça,
desenha o rosto dela na vidraça
e a dor volta a doer tal no começo.