Não me canso de olhar o teu retrato,

Nesta aquarela pintada no papel!

Ver teu sorriso dizer ao menestrel,

Que tanto amor nada tem de abstrato!

 

Queria tirar de tu! alma este véu

Que a encobre... Ser mais intimorato,

Romper a lei... Pecar por desacato,

E, tornar-me deste amor eterno réu!

 

Sei que dirás: Como é tonto este vate,

Pois que um amor assim é disparate,

É irracional, é demência pura!

 

Talvez, pois ao te ver naquele quadro,

Prenhe de loucura, nele me enquadro

E, me vejo a teu lado na pintura!

 

Nelson de Medeiros

 

 

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 23/05/2024
Reeditado em 23/05/2024
Código do texto: T8069583
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