ROSAS 54, 55, 56 PANDORA

ROSA 56

Ao me amar, ganharás muito, meu bem,

Embora em mim não encontres o amor,

Pois o ato de amar, por si só, tem valor,

E te trará benefícios além.

Em teus braços, eu encontro meu harém,

E em teus beijos, renasço com fervor,

Ainda que em meu peito não haja ardor,

Teu amor me completa, és meu refém.

Nos versos deste soneto sincero,

Expresso meu afeto, minha dor,

E te entrego meu corpo, ser esmero.

Assim, mesmo sem te amar, meu amor,

Sempre ao teu lado, inteiro eu quero,

Pois contigo, sou mais do que um mero trovador.

ROSA 55

Múltiplos orgasmos ainda são tabu,

Pois mulheres não conhecem tal alvará,

Nem o nirvana, o êxtase tão belo que o prazer trará,

Num mundo machista de brutalidade belzebu.

É difícil encontrar um homem gentil,

Que leve a mulher ao clímax final,

O ato de amor,, para alguns é apenas corrida sem sinal

Que transforma o homem num animal viril.

Mas quem dera todos pudessem sentir,

O prazer intenso que a alma da mulher invade,

Nos múltiplos orgasmos, que transcendem a felicidade.

Talvez se entregassem ao amor sem resistir,

Que o machismo seja vencido pelo amor,

E a mulher se entregue ao êxtase, sem pudor.

ROSA 54

Na dicotomia da vida, amor e dor,

O coração se entrega à dualidade,

Entre a felicidade e a saudade,

Entre a plenitude e o dissabor.

Os sentimentos se entrelaçam com ardor,

Numa dança de amor e de verdade,

Na contínua busca pela unidade,

Entre os extremos que causam dor.

Mas é na dualidade que se encontra

A essência do viver e do sentir,

No eterno jogo de perda e ganha.

E assim seguimos nesta ciranda santa,

Entre o amor que nos faz sorrir,

E a dor que nos ensina a afinal façanha.