Atado a ti
Apreendi-me nas correntes do teu amor,
Ata-me na rocha como Prometeu,
E deixe-me cercado pelo temor,
De ser para ti, sempre, somente teu.
Vem ao meu encontro, e, por todo dia,
Faz de minha boca o fígado castigado,
E me farta de beijos como a harpia,
Sem me deixar morrer, mas ser amado.
E, à noite, sofrerei por tua ausência,
A angústia terrível da solidão,
Atado a ti, sempre fiel, minha consciência.
A chegada do dia, ansiosa, te espera,
Pois há vida em teus beijos de paixão,
Que eu morra na ilusão desta quimera.