A HORA DE TE VER

Lembro de um tempo em que eu não via a hora

de que a hora de te ver chegasse,

vendo o relógio como quem implora

que a eternidade de uma vez passasse.

E quando estava contigo face a face

e nos teus braços, queria nest’ora,

que o tempo, para sempre, então, parasse,

e eu não tivesse mais que ir embora.

Sempre com a alma de ansiedade cheia

eu esperava a hora te ver,

mesmo temendo o instante de deixar-te,

Como alguém que o pôr do sol anseia,

mas teme a escuridão do anoitecer

e sofre quando o sol, à tarde, parte.

Claudeciano Ferreira
Enviado por Claudeciano Ferreira em 20/05/2024
Reeditado em 21/05/2024
Código do texto: T8067380
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