As Vozes do Morto II
Temes a lívida beira da cimeira
Amorfo ser austero e embusteiro
Tramando o mal no caminho primeiro
Como vermes que a carcomem inteira.
No crânio frigido da derradeira
Corroem sorumbáticos o pedreiro
Nas carnes frias caídas no terreiro
Infames criaturas nesta sujeira.
Um esquife de um amadeirado ocre
Estela antiga de pedra se desfaz
Do fêmur ao úmero deste medíocre.
Nos dedos que comichasse um cocre
Mãos largas agora absortas em paz
Sepultado o ser único que jaz.