AH! ESSA CHUVA!
Ah! Essa chuva, lá fora, insistente,
que a gente sente no rosto, na palma
da mão, e que leva coisas pela frente,
traz-me uma saudade que inquieta e acalma
E inunda, inteiramente, a minha alma,
mas não apaga o teu rosto da mente...
É que a chuva tem da tua voz a calma
e faz despertar em mim uma dor silente..
Ah! Essa chuva... lá fora, a chover
enquanto as horas seguem em lentos passos
e não se cansa a saudade de doer.
Lembra outras chuvas... Outra tarde assim,
em que eu me refugiava nos teus braços
da solidão, do frio e até de mim.