PARA A PRETA

Coroa crespa que encabeça a imensa altura

Com um sorriso que assinou minha alforria

Lábios grossos como fruta à polpa, escura

Na tez, negrura, como a noite da Bahia

Caminha como se flutuasse em doces passos

Perco os meus contemplando os teus, vidrado

Se está longe, desespero-me, amedrontado

De estar longe da doçura dos teus braços

Sexta a vi, e desejei que repetisse

Tudo aquilo que havia me falado

Na torcida pra que a ilusão existisse

E existe, pois te invento à tua imagem

Como se você, a mim, admirasse

E admira, se, à ilusão, dou margem

Guillherme Sotero
Enviado por Guillherme Sotero em 16/05/2024
Código do texto: T8064101
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