PARA A PRETA
Coroa crespa que encabeça a imensa altura
Com um sorriso que assinou minha alforria
Lábios grossos como fruta à polpa, escura
Na tez, negrura, como a noite da Bahia
Caminha como se flutuasse em doces passos
Perco os meus contemplando os teus, vidrado
Se está longe, desespero-me, amedrontado
De estar longe da doçura dos teus braços
Sexta a vi, e desejei que repetisse
Tudo aquilo que havia me falado
Na torcida pra que a ilusão existisse
E existe, pois te invento à tua imagem
Como se você, a mim, admirasse
E admira, se, à ilusão, dou margem